SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS

A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é um distúrbio comum caracterizado por sensações desconfortáveis nas pernas, descritas como formigamento, pinicar, queimação, e que são algumas vezes dolorosas. Os sintomas são mais freqüentes ao entardecer ou à noite, e durante períodos de inatividade, como viagens longas de avião. As sensações estão associadas a uma necessidade de mover as pernas, o que traz um alívio temporário.
A causa da SPI é desconhecida e ainda não há cura. Afeta mais mulheres do que homens, e é mais comum em indivíduos de meia idade e idade avançada. A SPI dificulta o início e a continuidade do sono, e a maioria dos pacientes apresenta concomitantemente movimentos (abalos) periódicos de pernas, que causam despertares freqüentes e fragmentação do sono. Caso não sejam tratados, esses pacientes apresentarão sonolência diurna excessiva e/ ou fadiga, que podem por sua vez prejudicar a concentração e a memória. A SPI pode estar associada à anemia por deficiência de ferro, insuficiência renal, diabetes e neuropatia periférica. A gravidez pode desencadear a SPI, principalmente durante o último trimestre. Nesse caso os sintomas costumam desaparecer cerca de 4 ( quatro ) semanas após o parto.
Em muitos casos o diagnóstico de SPI não é feito, e os sintomas são atribuídos a ansiedade, stress, artrite ou câimbras musculares. O tratamento é realizado apenas para alívio dos sintomas. Banho de água aquecida e massagens trazem alívio apenas temporário. Vários tipos de medicamentos são eficazes no alívio dos sintomas, incluindo agentes dopaminérgicos (ex.: pramipexole, pergolida), benzodiazepínicos, opióides (como codeina), e anticonvulsivantes (ex.: carbamazepina, gabapentina). Os agentes dopaminérgicos, que também são utilizados para tratar a Doença de Parkinson, são considerados o tratamento de escolha para SPI.

NARCOLEPSIA

Narcolepsia é uma síndrome clínica caracterizada por sonolência excessiva, cataplexia, alucinações hipnagógicas e paralisia do sono. Cataplexia é o início abrupto de fraqueza muscular desencadeada por emoções como alegria e raiva. As alucinações hipnagógicas podem ser visuais ou auditivas, e ocorrem logo antes do início do sono. Paralisia do sono é uma incapacidade de se mover por vários minutos ao acordar. A cataplexia, as alucinações e a paralisia do sono representam a ocorrência das manifestações do sono REM em momentos inapropriados.
A Narcolepsia afeta um em cada 2000 indivíduos na população geral. Se há um familiar próximo com narcolepsia, o risco aumenta para um em cada 100 indivíduos. Raramente pode ser desencadeada por infecção ou traumatismo craniano. O marcador genético para Narcolepsia em quase todos os indivíduos é o antígeno leucocitário humano HLA DQB1 0602. Pesquisas recentes começam a elucidar as anormalidades no cérebro que podem predispor um indivíduo a desenvolver Narcolepsia.
A sonolência excessiva é tratada com estimulantes (metilfenidato e anfetaminas). Recentemente um novo estimulante, Modafinil (Provigil), foi aprovado para uso nos Estados Unidos. Ele tem menos efeitos colaterais que os outros estimulantes e é geralmente eficaz com uma única dose diária. A cataplexia é tratada com antidepressivos tricíclicos (Amitriptilina, imipramina ou clomipramina) ou um dos antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (Fluoxetina).